Tempo

by - 14:04


Onde nasce o mistério?
Onde começa minha dúvida?
Onde cresce nosso saber?

Ah, o Tempo, tão velho.
Tempo, testemunha silenciosa.
Silencioso, ele observa.
Observador, é indiferente.

Uns nascem, outros morrem,
Uns nascem e tomam o espaço de outros.
Uns são maus, outros não. 
Que diferença isto faz para o Tempo?
Velho tempo...
Tempo! Será que existe?

Eu vivi tanta coisa, mas e se não houver testemunhas?
Se eu próprio esquecer de algo?
Terei eu vivido aquilo que se consome pelo esquecimento?
Não seria o esquecimento a incontestável prova de que não há passado nem futuro?

Ah, Tempo calado,
Velho indiferente.
Egoísta? Não, talvés ele saiba de nossa irrelevância.
Talves nos admire pela obsessão em nos registrar por sua pele,
Talves goste de quem consiga, talvés não.
Talvés ele nem exista,
Ou quiçá seriamos nós próprios fruto de sua alucinação. 

O que sei é que gosto de Ser.
Sei que o Tempo se não for meu amigo, é então indiferente.
Porque o Tempo ja existia, e o Tempo é a única estrada,
e o Tempo há de continuar quando nossas pernas cansarem.

E quando as pernas cansarem, a única coisa que há de importar é justamente o Tempo,
E tudo aquilo que fizemos com ele.

Alex Pedro

Publicado originalmente em 12 de março de 2012 no meu blog antigo.


Tempo

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